
Há pessoas que fazem escolhas baseadas no acaso, enquanto outras preferem uma orientação a respeito. Eis algumas dicas que podem ajudar a escolher.
Determine o seu objetivo primário. As quatro categorias principais são:
- Saúde e fitness em primeiro lugar e a eficiência das artes marciais como benefício secundário.
- Habilidades marciais como prato principal tendo como sobremesa a disciplina, saúde e fitness.
- Ser parte da tradição e herança cultural que tem centenas ou milhares de anos, dependendo da arte marcial.
- Ganhar troféus em eventos esportivos.
Determine o orçamento. Algumas artes marciais requerem um investimento significativo em equipamentos. Por exemplo, a armadura do Kendo poderá custar mais de R$ 1.000 reais para os modelos de alto padrão, enquanto que o Caratê requer apenas um uniforme de algodão. Outras podem ser praticadas sem custo, como Tai-Chi-Chuan que é as vezes praticado em parques, praças e beira de praias, sem obrigação de custo. Não dá para começar a praticar algo que você não tem condições financeiras para manter.
Escolha o estilo de arte marcial. Você pode escolher um estilo duro como Muay-Thai (da Tailândia) ou Boxe ocidental, um estilo semiduro como Tae-Kwon-Do ou Hapkido (da Coréia), ou um estilo de arte marcial tradicional suave como Aikido (do Japão) ou um dos vários estilos de Kung-fu/Wushu (da China), ou uma arte de luta de agarramentos/solo, como o Jiu-jitsu (Japão/Brasil) e artes marciais ocidentais (da Europa). Você quer competir em um ringue um a um, com oponente que use o mesmo estilo que você, ou quer estudar as tradições de uma cultura de arte marcial específica, ou aprender a defender-se de atacantes reais nas ruas? Os métodos de treinamentos são muito diferentes, e a maioria das escolas de artes marciais focam em um aspecto. Qualquer escola/academia que propõe fazer de você o rei dos ringues com plena efetividade como guerreiro nos campos de batalhas com saúde e fitness ainda por cima como parte de uma herança cultural, está lhe ofertando o certificado de “O senhor sabe-tudo e mestre de coisa nenhuma”. Portanto, atenção às suas escolhas. Não dá para ser mestre de tudo. É impossível!! Desconfie de quem se apresente assim.
Reconheça as suas limitações físicas. Se você não é jovem e nem muito acrobático, possivelmente o King-fu/Wushu (da China) não é para você, mas Tai-Chi-Chuan (também da China) pode servir perfeitamente. Perceba que artes marciais que envolvem pancadas como Caratê ou Tae-Kwon-Do poderão ou não serem boas para pessoas de pouca complexão física. Os estilos que usam agarramentos como Judo, Aikido ou Jiu-jitsu, por serem estilos de combate avizinhado que enfatizam a técnica e as alavancas, tornam-se mais prontos para o uso a medida que você progride. Todas as artes chinesas de combate são técnicas e não dependem tanto da altura ou do peso do indivíduo para que esse tenha sucesso.
Considere o seu interesse cultural. Se você tem respeito ou interesse por uma certa cultura, aprendendo mais sobre ela através das suas artes marciais pode ser ótima experiência. Se isso é parte do seu objetivo, escolha uma academia cujo o instrutor seja nativo dessa cultura ou alguém que tenha aprendido diretamente com pessoa nascida nessa cultura.
Considere também a efetividade da arte marcial. Por exemplo, uma arte marcial moderna, como o Krav Maga (de Israel), artes marciais ocidentais reconstruídas como a ARMA ou AES (Artes marciais medievais e da Renascença – Europa) ou aulas dadas por soldados experientes ou oficiais de polícia, dão grande ênfase no aspecto “marcial” e quase nada no aspecto de “arte”. Isso não quer dizer que as artes tradicionais asiáticas são menos importantes. Pode levar mais tempo para se aprender uma defesa pessoal básica com esses métodos porque essas artes orientais são para o desenvolvimento que vai além das habilidades de defesa pessoal. Qualquer que seja a arte marcial escolhida, não pense que vá dominar a defesa pessoal assim tão rápido. Isso leva tempo e esforço. Mas se a sua preocupação for unicamente a eficiência marcial e a habilidade de se defender sozinho nas ruas, considere se vale mais a pena passar anos treinando ou comprar um spray de pimenta ou saber usar e obter porte legal de uma pequena arma.
Decida quanto entrar. Algumas pessoas pesquisam, observam, se informam e depois entram. Outras simplesmente vão e se inscrevem diretamente.
Perceba se o estilo de ensino é compatível ou não com sua personalidade. Se você é do tipo que deseja fazer movimentos ousados ou livres já nos primeiros dias de aulas, precisa verificar se o estilo de ensino lhe permite isso ou é reservado aos alunos mais antigos e experientes. De modo geral, alunos iniciantes não são permitidos em tais práticas por não terem habilidades suficientes para controlar seus movimentos e minimizar machucados.
Observe os estudantes da academia pretendida e o modo como eles interagem entre si e seus superiores. São amigáveis e lhe recebem bem? Eles são respeitáveis? Você os consideraria como amigos? Você vai passar muito tempo com eles, então é igualmente importante entender suas personalidades. Você também estará colocando a sua segurança nas mãos deles, se isso o faz sentir desconfortável, continue procurando um local melhor.
Verifique as qualificações do instrutor. Não se importe tanto sobre graus e certificados. Não existe um sistema de graduação padrão e nem mesmo uma organização formal de arte marcial que seja universalmente reconhecida. O que deve ser observado é:
- Esse instrutor aprendeu de quem?
- Por quanto tempo estudou com essa pessoa?
- Por quanto tempo tem praticado essa arte?
- Esse instrutor tem alguma experiência como professor ou simplesmente é um artista marcial hábil? Assim como ótimos jogadores de futebol podem ser péssimos treinadores (e vice-versa), ótimos artistas marciais não são necessariamente bons instrutores.
Semanalmente reserve uma significativa quantidade de tempo para dedicar ao seu treinamento. A maioria das artes marciais tem formas e exercícios que você pode praticar em casa para manter-se “azeitado”. Se você pratica apenas na aula, seu progresso possivelmente será superficial. “Na aula aprendemos, em casa treinamos!”